sexta-feira, 5 de abril de 2019

Banal

Me sinto um experimento humano de estudo
Me entorpecem de remédios, pedem para dizer tudo
Me limitam e impõem seus objetivos metódicos 
Me transformam num robô a serviço de médicos 

Sou uma suicida banal
Uma masoquista radical 
Que anseia o fim da própria dor 
Causando sofrimento ao redor 

Gostaria de saber se isso um dia irá acabar
Se deixarei a voz que vem de baixo me matar
Oh Deus, me envie um sinal 
Isso tudo é um inicio, ou um final?

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Vermelho

Saboreio minha doce esquizofrenia 
Me maltrato com uma leve ironia 
Sou um fragmento de decepção
Meu delírio é não sentir emoção

Converso diariamente com o espelho
Enquanto pinto os meus pulsos de vermelho
É, de noite a loucura me convém 
Durmo em meio aos gritos, ao invés de um amém

Doutor, o que eu fiz de errado?
"sente aqui, vamos julgar o seu passado"
Conheça-te a ti mesma e tire suas conclusões
Sem saber quem tu és, sem decifrar tuas ilusões 

Me jogaram na vida sem me explicar
Fiz um mar em mim e não sei nadar
Deus, tenha piedade de nós 
Pecaremos mais e mais e pediremos perdão a vós 

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

All Star 38

Nunca foi o que seu pai queria
Pois, do perfeccionismo ela fugia 
O conservadorismo não lhe-agradava 
Quanto mais tradicional, mais ela se afastava 

Não, não tinha modos, e nem possuía religião
O que lhe-importava era a verdadeira intenção
Seus amigos eram os deslocados 
No entanto, alguns deles eram inventados

Um maço de cigarros e uma calçada era o suficiente 
Uma cerveja, e a diversão da sua mente  
Ela aproveitou da sua maneira a adolescência 
Mas sempre tropeçava na sua ambivalência 

Havia um contraste de paz e caos nela
Hora queria viver, hora desejava jogar-se pela janela 
Mas ela aprendeu que a morte não era a solução
Seu transtorno era uma circunstância, e não uma conclusão

Borderline, psicose, depressão ou ansiedade?
Não havia diagnóstico pra sua insanidade 
Porém, ela convivia com sua própria presença 
Sem se prender em ninguém, e em nenhuma crença 

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Personalidade

Convivo com o meu egocentrismo 
Sofro na pele a dor do meu realismo 
Aprendo a conviver com o meu ser 
Sem esquecer de mudar e me conhecer 

A minha atualização ocorre constantemente 
Sou uma pessoa incrível e deprimente 
Reconheço as minhas fraquezas inúteis 
Saboreio todos os meus prazeres fúteis 

A vida tem os seus valores patéticos 
Admiro aqueles que são antiéticos  
Costumo falar sobre dor e carência 
Apenas pra provocar uma resiliência 

Admito, meu antidepressivo me segura
Pois, o niilismo me deixa insegura 
A vida assusta, devora, fascina
Te pega, solta, puxa, e ensina

É, agarrei meus traumas e guardei
E as crenças, descartei
Acontece, mas depois o jogo vira 
Me sinto grata quando a vida me inspira

Nesse jogo insano de existir 
Eu vivo calmamente sem insistir 
Horas acabo me maltratando
E depois termino me amando 

O meu existencialismo continua 
Em palavras eu me mostro nua
E em sons, grito ate sangrar
Pra que minha alma possa reclamar





segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

A Morte Pode Esperar

É, eu sei que está pesado
Carregar dores e traumas passados
Sim, eu sei o quanto é sofrido
Gritar de corpo e alma, e não ser ouvido

Eu realmente entendo os seus rancores 
Eu reconheço todas as suas dores 
A vida deixa cicatrizes difíceis de esconder 
Mas, a sua resiliência é maior do que você pode ver 

Eu lhe-garanto que a morte pode esperar
O universo está lhe-dando uma chance de se encontrar 
Já dizia minha avó "se não é pelo amor, será pela dor"
Pode ter certeza que essa tempestade tem seu valor 

A vida nos ensina todos os dias como renascer 
E é linda a forma como eu te vejo florescer 
A cura que você busca está no seu interior
E todo o progresso se resume na palavra "amor"

O suicídio não é opção 
Silencie a sua mente, e escute a sua intuição
Os ensinos estão presentes em todo lugar
Continue a florescer e logo irá despertar




Vida Amorosa

Gostaria de alguém que diga o que eu quero ouvir
Não me contento com verdades, elas me fazem querer sumir
O mundo me deixa insegura, quero um amor que me conforte 
Alguém que eu possa abraçar e chorar e ela não se importe

Mas, eu cansei de procurar a minha outra metade, quero ser inteira  
Me adaptar á mim mesma e viver na minha maneira 
Amar dói, mas eu nem sei se eu já amei alguém 
Não sei se vou amar muitas pessoas, ou ninguém

Tenho questões mais importantes pra dar a minha atenção
Mas poxa, como é difícil deixar de lado coisas do coração
E se eu preencher esse espaço com prazeres materiais 
Faço isso mesmo sabendo que são apenas relações carnais 

Que seja, ainda não quero refletir sobre minha vida amorosa
Tenho medo de chegar em uma conclusão desastrosa 
Ou de esbarrar em uma mágoa passada
Que está aqui em algum lugar guardada 





Ele e Ela

Ele desejava a vivência de uma paixão
Queria se entregar à sua emoção
Ela conhecia bem os feitiços da ilusão
Não se deixava enganar o coração

Um romance é encantador
Mas, pode resultar em muita dor
Pois, nem sempre se trata de amor

Inocentemente ele a-idealizou
E o previsível se realizou
Infelizmente ela o-desapontou
E seu coração se quebrou

Reciprocidade não é utopia
Mas, ela sabia que não o-correspondia 
E ele custou acreditar no que ela dizia 

A melhor escolha foi mostrar a verdade
Buscar conversar com a máxima sinceridade
Ela lhe-disse que não é a sua cara metade
E ele ouvia apenas a própria vontade

Ambos sabiam aonde isso iria acabar
A relação passou a se desgastar
E dele ela começou a se cansar

Até que o fim chegou
Ele jogou fora tudo que sonhou
Ela inconscientemente se culpou
E a história de amor se despedaçou