Eí garçom, me dê um copo de cerveja Pois estou cansada de fazer tempestades apenas em copos d'água Se estou sóbria ou não, que seja Cansei de remoer a minha mágoa. Já não enxergo mais o chão Mas vejo uma desconhecida no espelho do banheiro Admito que isso me dá uma certa aflição Que me percorre um vazio no corpo inteiro. Está tudo bem, e tão distante Devo ter apenas me perdido na volta pro bar O que sinto agora não é tão importante Me preocupo apenas em não me encontrar. Aqueles olhares vindo de trás me querem Estou farta de fingir reciprocidade Nem sempre darei-lhe o que quiserem Minha boa vontade já passou da data da validade. Garçom, me sirva mais um copo, por favor Mas desta vez não haverá tempestades Nem lembranças de dor e rancor A vida agora é uma caixa cheia de inutilidades. Estou flutuando dentro da minha mente Isso é tão bom quanto uma overdose Agora no espelho eu enxergo uma inconsequente Que aprecia a sua bela psicose. Tenho quase certeza que é nesta rua vazia Que meus pertences estão sob um teto Caminho pra me esquentar, porque me sinto fria Minha intuição diz que já está perto. A porta me lembra a saída Mas eu entro tentando esquecer Dentro da minha própria casa me sinto perdida Será que agora posso enlouquecer? A tempestade que estou fazendo agora Acontece dentro da banheira Na minha mente só me pergunto se já é hora De eu me destruir por inteira. Mas sem forças eu acabo me desligando Deixando o caos dessa noite pra trás Sei que agora estou apenas sonhando Dormindo como se estivesse em paz. O sol entra pelos meus olhos iluminando dentro do meu ser A vida que há em mim restante Está agradecendo por não morrer E então lembro-me que viver ainda é interessante.
terça-feira, 29 de maio de 2018
Noite
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